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Relato de viagem
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O (Gau) João Gonçalves Filho esperava que sua viagem a Grécia fosse "um passeio no parque", mas

        PRESENTE DE GREGO O (Gáu) João Gonçalves Filho esperava que sua viagem a Grécia fosse "um passeio no parque", mas enfrentou serras, asfalto liso, curvas e abismos. Viaje com o "Gau".            O empresário João Gonçalves Filho, o "Gau", colaborador de DUAS RODAS e motociclista "juramentado", depois de muitas aventuras pelo Brasil afora, resolveu encarar um tour de Triumph pela belíssima Grécia, no melhor estilo mototurismo. Gozador, Gau menosprezou a programação do primeiro dia: cerca de 200 KM de percurso. "Essa quilometragem eu faço de costas", brincou ele. Mal sabia que enfrentaria serras, estradas com inúmeras curvas e um asfalto extremamente liso. Ao final do primeiro dia exausto, teve que aguentar a gozação do restante do grupo brasileiro que fez a viagem. Gau sentiu o que é um "presente de grego": esperava um tour tranquilo e viu-se diante de uma verdadeira aventura pelas estradas da Ilha do Peloponeso. Mas recebeu um outro presente dos deuses: a bela paisagem, que faz da Grécia um dos países mais bonitos do mundo. Acompanhe o relato de Gau. "Eu poderia escolher entre a Rota 66, a lendária auto-estrada americana, ou a Grécia, país de passado glorioso, de história densa de personagens reais e mitológicos. Era uma grande dúvida. Ainda mais porque ambos os roteiros seriam percorridos do jeito que mais gosto: de moto. Escolhi a segunda poção. Seriam sete dias rodando por estradas gregas sobre motos Triumph. Afinal, meu tour fazia parte de uma promoção conjunta da Triumph Hellas, da Grécia, e da Interport Motos, eu e um grupo de brasileiros (num total de 15 pessoas) conheceríamos boa parte do país onde viveram os filósofos com Platão, Sócrates e Aristóteles, com direito a moto Triumph de 900/1.200cc – trident, Tiger, Thophy, Speed Triple, Sprint e Adventure – equipadas com malas de tanque e/ou malas rígidas laterais. O "pacote" garantia hospedagem em hotéis quatro e cinco estrelas (com café da manhã), guia fluente em grego, seguro pessoal e da moto, veículo de apoio, substituição da motocicleta em caso de defeito, combustível e óleo. A passagem aérea seria paga por conta de cada um. De acordo com o conograma, rodaríamos cerca de 200 Km por dia. ‘Moleza’, pensei. Mal sabia que as estradas gregas têm asfalto liso demais, com curvas tão fechadas que não cabem dois carros. Pior: é tudo serra. Muitas dificuldades para um ‘braço duro’ e fisicamente mal preparado com eu...     A partida foi em Atenas, no final de abril, num domingo às 11 h da manhã. Eram quatro motos com solteiros, cinco com garupas, uma moto com a guia Marilena Digeni (que pilota muito bem) e outra com Michael StagonaKis, distribuidor Triumph na Grécia. O primeiro acidente não tardou acontecer. Guaraci Assis Filho, um capichaba gente boa, levou um "tombaço" ao retirar uma Tiger 900 cc do estacionamento. Ainda zonzo devido ao fuso horário, ele desistiu de pilotar naquele dia e foi no carro de apoio que nos seguia.           Naquele dia percorremos 170 Km . Contemplamos o Monastério de Dafni, o mais antigo monastério bizantino da Grécia e. quem sabe, do mundo. Depois, paramos para um café no bar na beira da estrada. Lá em baixo, navios enormes passavam pelo imenso e magnífico Canal de Corinto, ema atração turística. Em Nauplio foi a vez do jantar. Exausto de tantos sobe e desce, curvas e mais curvas, fui dormir enquanto o restante da turma ainda se divertia. Na segunda-feira partimos atrasados "graças" a José Henrique Neffa, Guaraci e Rui Brloti – comodormen estes capixabas! Pegamos 18 Km de estrada de terra. Ali, num determinado trecho, cruzamos com um pastor que tocava suas cabras e carneiros. A admiração foi recípocra: ele olhou extasiado para as motos e, nós, admiramos com o tamanho dos bichos. Cabras de Itu! Depois, pilotamos pela costa, onde paramos para almoçar. Cerca de 210 KM após sairmos de Nauplio, chegamos à cidad medieval de Monemvassia, onde passamos a noite.       Curvas ‘quadradas’                  O terceiro dia de estrada foi puxado: outros 210 Km. Com tantas curvas meu "braço duro" até que se soltou e minhas curvas ficaram menos ‘quadradas’. Visitamos uma vila com mais de dez mil anos, encravada nos rochedos que avançavam para o mar. Um lugar magnífico, com uma muralha com de 200metros de altura e dois quilômetros de largura. Apreciamos algumas (belíssimas!) prais gregas, escondidas entre gigantescos rochedos com 100 a 200metros de altura. Após tantas "descobertas", chegamos a Mistra, onde pernoitamos.         No quarto dia foi a vez do pessoal da organização atrasar a partida. Nada que os desabonasse, pois eles foram superprofissionais e tudo o que foi comprometido foi comprido. Conhecemos uma gruta com pontos de 20 a 30 metros de profundidade. Por dentro da caverna corria um rio navegável, onde canoas alugadas levavam seis turistas de cada vez. Nunca, nem em fotos, havia visto uma caverna com beleza tão variadas. Dormimos em Pilos, após uns 200 Km rodados. Na quinta-feira fomos conhecer as Ruínas de Apolo. Foi um dia repleto de belezas, mas também de muitas curvas sobre chão liso. ‘Minha’ Triumph Trophy 1200cc, potentíssima, parecia querer voar naquela serra. Segura como podia, mas eram muitos cavalos para uma ‘mula’ só manobrar. Resultado: cheguei com 10 minutos de atraso. Bem, às vezes chegava atrasado, mas nunca atrasava a partida. Neste dia, o José Antônio Pereira ‘comprou um terreno’ com vista para uma plantação de oliveiras. Tomou um tombo a 30Km/h mas, felizmente, não se machucou. Recuperou do susto, iniciou alguns cálculos junto com Flávio Galvão para descobrir o que ocorrera.             Segundo me explicaram, o raciocínio era mais o menos assim: ângulo x aderência x composto de borracha x suspensão x velocidade x inclinação de curva = defeito daquela ‘pecinha’ que segura o guidão. Pelos cálculos que a Universidade de Palhoça (SC), minha cidade, fez para mim, ele; ‘estolou’ igual a um avião que perde a velocidade. Conclusão final: eu não era o único ‘braço duro’no grupo. Enfim, após 170 Km rodados, paramos em Olympia onde começaram os Jogos Olímpicos. Lá dormimos. À Beira do Abismo No dia seguinte fomos para as ruínas do berço das Olimpíadas modernas – os jogos, em homenagem a Zeus, foram disputados de 776 ªC. até 339 D.C., segundo os historiadores.              Os capixabas tiraram sarro, dizendo que no Espírito Santo Existem "nomes de pedras mais bonitos". Dali, fomos visitar uma estação de esqui e, depois, rumamos para Lacordia, onde dormimos num belo hotel. Cheguei com 25 minutos de atraso. Pudera, nunca havia encarado tantas e tão difíceis curvas. Para piorar meu temor, passamos por abismos de 1.500 metros de altura, sem proteção alguma, mesmo nas curvas mais estreitas. Creio que foram os piores 120 Km sobre duas rodas de minha vida! E olha que já rodei muito...                  O sétimo dia marcava nosso retorno a Atenas. Para mim o dia anterior já poderia ter sido o último. Com certeza fora o que mais sofrera durante aqueles dias pelas estradas gregas. Os capixabas tocavam muito as motos. O Artur Alcântara da Interport Motors, era um show de pilotagem no decorrer da viagem. Os casados – que levaram suas ‘marmitinhas’ de casa – também se saíram muito bem.         Outros não conseguiram disfarçar que eram ‘braços duros’ (será que eu consegui?). pode até parecer até uma heresia, mas cheguei a sentir saudades das brasileira BR-116 e BR-101. Zeus que me perdoe... FIM  

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Quinta, 02 Mai 2024